POR QUE UM JOGO DA MEMÓRIA SOBRE MULHERES?

MEMÓRIAS TRANSVERSAIS é uma ferramenta lúdica desenvolvida em formato de um JOGO DA MEMÓRIA, nosso carro chefe, que traz a possibilidade de discutirmos fundamentalmente Relações de Gênero, uma temática de grande relevância para nós, na medida que faz parte de nossas pesquisas e trabalhos individuais. 

Neste projeto, trazemos a proposta de desenvolver o JOGO DA MEMÓRIA estruturado como ferramenta de intervenção social e pedagógica, utilizando conceitos teóricos sobre LUDICIDADE (Donald Winnicott), MEMÓRIAS E NARRATIVAS HISTÓRICAS, FEMINISMOS (Bell Hooks, entre outras autoras) e EDUCAÇÃO EM GÊNERO E SEXUALIDADE (Guacira Lopes Louro). 

Temos como proposta, promover encontros para que histórias de mulheres estejam mais próximas de nós e das nossas próprias histórias. Desejamos que o jogo seja uma forma de exercitar a presença física e compartilhar nossos olhares e percepções a partir do que nos atravessa nesse tempo que vivemos. Torna-se um incentivo para retomarmos os encontros e conversas, trabalharmos a escuta e aprendermos a partir das falas e experiências do outro.

O passado não esvazia o presente, mas, ao contrário, lhe abre novas possibilidades de existir no futuro. É uma aposta na retomada do passado a partir de interpretações que ainda não foram construídas, mas que permanecem como possibilidades. Em seu livro “O feminismo é para todo mundo”, Bell Hooks propõe o resgate dos grupos de conscientização como forma de se compreender do que se trata o feminismo e sobre a necessidade de se discutir histórias e teorias que sustentem a busca pela equidade de gênero.

QUEM PODE JOGAR?

O jogo foi desenvolvido para todes que queiram rememorar mulheres da nossa história e dividir experiências e reflexões, a partir dessas memórias. Podem jogar todas as pessoas que tenham o desejo de aprender, partilhar e também se divertir com as histórias trazidas pelas cartas e com as suas próprias histórias. 

COMO JOGAR?

Trata-se de um jogo da memória, mas não como os outros que conhecemos. Não existem regras formatadas para o jogo, uma vez que suas cartas ilustradas trazem muitas possibilidades de uso, tanto a partir de intervenções sociais, pedagógicas, quanto em uso recreativo.

DEIXAMOS ALGUMAS SUGESTÕES SOBRE COMO JOGAR

O jogo é composto por 15 pares de cartas que homenageiam 15 diferentes mulheres e suas histórias, totalizando 30 cartas. Os pares contém 2 imagens diferentes de cada personagem presente no jogo, que podem ser relacionadas por meio das cores e identidades das mulheres que estão representadas. Cada carta contém um cenário diferente da trajetória de vida da mesma mulher, construído a partir de elementos que contam sobre suas biografias e também indicam questões controversas que as atravessam, assim como a todas as mulheres.

Como no jogo da memória tradicional, todas as cartas devem ser disponibilizadas lado a lado com as imagens viradas para baixo. As(os) jogadoras(es) virarão duplas de cartas a cada jogada, de modo a encontrar o par correspondente. A cada par encontrado, quem estiver jogando poderá contar ao restante do grupo o que consegue visualizar nas imagens da mulher representada, independente se conhece sua história ou não. O que dizem aqueles elementos da ilustração? Algum deles conta sobre alguma história que conhece? Em paralelo às cartas, virá um conjunto de fichas contendo citações sobre as memórias dessas mulheres. Elas podem ser disponibilizadas para que sejam relacionadas com os pares encontrados. Será que esses fragmentos de histórias dizem respeito a uma só mulher?

Nesse jogo, ganha quem se disponibiliza a se envolver com as narrativas que aparecem e se empenha em escutar o que as(os) demais têm a dizer sobre as histórias contadas e suas próprias histórias. Pode ser jogado em casa, na escola, no trabalho ou qualquer ambiente, em dupla, em grupo, do jeito que desejar. Pode inclusive inventar novas formas de jogar e compartilhar com a gente!